sábado, 22 de março de 2014

É tão bom, quando nos surpreendemos a nós próprios!

Hoje voltei aquele que foi o meu quarto durante toda a minha adolescência. Já nem me lembrava de vir ao último andar de casa dos meus Pais, mas com os meus Avós também cá em casa, eu e o G. tivemos que nos alojar aqui. Ao princípio fiquei reticente, há mais de um ano que a minha irmã também já cá não vive e comecei a imaginar o frio, as duas camas (e não poder dormir junto com o meu maridão), para além de que, foi mesmo há muito, muito tempo, a última noite que aqui passei e neste momento, o quarto é mais da minha irmã que meu, as poucas coisas que cá deixei, estão numa caixa, no hall da entrada do quarto. Ou seja, resumindo e concluindo, já não me revia neste último piso da casa. Pensava eu...

As surpresas existem e o quarto não podia estar mais acolhedor... O frio não se sente e consigo ver que todos aqueles anos em que eu e a Mariana reclamávamos porque queríamos umas colchas novas, uns cortinados novos, um candeeiro novo, não fizeram o menor sentido. Aqui, respira-se adolescência feminina, é um mimo de quarto, foi o meu/nosso canto recôndito nesta casa grande. Este andar era só nosso!
Adoro a escrivaninha, adoro a pequena casa-de-banho, adoro as duas camas, adoro as cores, tudo é mágico.

Há lembranças de tudo o que aqui vivi, mais concretamente, do que eu era e do que vivi naquela idade. Sinto uma certa nostalgia, apetecia-me não ter crescido. Queria muito ainda andar no ciclo ou no secundário e que vivêssemos aqui os 5. Queria muito que os meus Pais ainda "tomassem conta" de mim, que ainda me estivessem a criar. Queria tanto que as minhas principais preocupações fossem os testes, as minhas amigas, descobrir como passar o tempo quando não estava na escola, de tentar que os meus Pais me deixassem fazer coisas que eu achava que eram mais do que próprias para a idade, etc., etc..

Logo eu, que não sou nada dada a saudosismos, sinto uma vontade tão grande, nem que fossem por apenas uns breves minutos, voltar aquele tempo.

G., acho que a partir de hoje, sempre que viermos a Coimbra, instalamo-nos aqui. Aproveitas para descansar dos dias em que eu durmo completamente agarrada a ti e que tu "te queixas" porque não tens espaço. ;)

3 comentários:

  1. Gostei tanto deste texto :)

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  2. Bjs bjs, bjs!!! Que saudades do tempo em que eras pequenina e não tinha de te dividir com mais ninguém! do tempo em que me davas pontapés que só eu sentia e que imaginava como seria a tua carinha, os teus olhos, o teu cabelo, o tonzinho da tua pele... do tempo em que eu desconhecia que os teus olhos trariam um pedacinho de céu só para mim, em que tu foste o 1º raio de luz a brilhar na minha vida de mãe!!! Saudades tuas, mesmo quando estás comigo. LY <3

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  3. Ok mãe mas agora tens de a dividir com o mundo!
    Já reparaste que nesta casa todos os quartos já foram teus em alturas diferentes da vida? ;)

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