segunda-feira, 27 de abril de 2015

Há uns dias a minha Mãe disse-me que a felicidade não é sempre fácil de alcançar, mas que são essas dificuldades que nos fazem aprecia-la com maior afinco quando lá chegamos. O que ela diz é verdade, é um facto. Não que ache que esse preceito seja direcionado única e exclusivamente para a felicidade, mas de uma forma geral, a tudo o que alcançamos ao longo da vida. É obvio que tudo aquilo que não nos é dado de mão beijada acaba por ter outro valor, um outro sabor.
Também é verdade que é impossível sermos sempre plenamente felizes, a vida é feita de altos e baixos e a felicidade propriamente dita, é um estado de alma e por isso mesmo, por vezes alcançada e outras vezes não, para além de que nós também temos que a trabalhar e fazer para que a atinjamos.

Desde o final do ano passado que eu e o G. temos passado por alguns contratempos, por momentos difíceis e nem sempre tem sido simples a adaptação a essas dores. Para além de todas as situações que neste momento prefiro nem pensar muito, aconteceu-nos ao mesmo tempo o nosso bem mais precioso, a Concha nasceu e todos os dias nos apaixonamos um bocadinho mais por ela, se é que isso é possível; mas obviamente que também "esta circunstância" nos tem criado uma necessidade de adaptação a uma nova vida, o que por vezes também não é fácil, pois as mudanças são mesmo muitas, inimagináveis por quem não tem filhos.
Que quero eu com isto dizer?! Desde Outubro que a nossa vida tem tido altos e baixos, reviravoltas constantes e não tem sido simples para nós também, enquanto casal, enquanto companheiros, todas estas adaptações. É preciso realmente funcionarmos como parceiros sólidos e fortes, para que tudo não desmorone ou entremos num clima de irritação, pressão, tristeza e de chatices constantes; é preciso trabalhar a relação todos os dias, mesmo quando sentimos que a falta de forças não nos deixa, é preciso que não nos esqueçamos do que sentimos e do que nos une.

Hoje tenho a sensação que a tempestade passou e que os próximos tempos serão de bonança, que talvez nos tenhamos encontrado em todas as adaptações que a vida nos exigiu, que a felicidade está aí à porta e que vai entrar em força!
Não foi com certeza a nossa última "crise", mas não há nada mais importante que a nossa capacidade de ultrapassar as dificuldades. A amizade, o companheirismo e o amor que nos une vence e é por isso mesmo que o G. é o homem da minha vida, porque nos completamos, porque sabemos galopar os momentos difíceis, porque chega aquele dia em que realmente nos ouvimos um ao outro e temos a certeza que nada é mais importante que saber viver mesmo com os defeitos do outro e que o que queremos acima de tudo, é estarmos juntos e sermos felizes (tão simples quanto isso), até porque não sabemos mesmo quanto tempo estaremos por cá (a vida já nos provou isso) e portanto, é deprimente protelar os dias "infelizes".

Devo à parte de tudo isto acrescentar que, lá está, com todos estes novos ênfases na minha vida, mesmo querendo muito, não tem sido fácil manter este cantinho, por vezes realmente por falta de tempo, noutras vezes, por pura e simplesmente não ter vontade nenhuma, mas tenho que contrariar estes fatores e obrigar-me a não esquecer que gosto muito de aqui escrever, de reler momentos anteriores, que às vezes são esquecidos. É uma terapia e por me fazer bem, virei todos os dias escrever aqui, nem que seja uma frase, mas virei! Faz-me bem, traz-me felicidade, faz-me rir, descomprime-me e por isso, mesmo quando estiver a cair em cima das teclas do computador, cá rabiscarei qualquer bojarda.

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