A Ilha do Sal revelou-se maravilhosa, sorriu-nos do início ao fim…
Os cabo verdianos são pessoas extremamente simpáticas, sempre alegres, aproveitam cada dia como se fosse o último, com uma disposição contagiante. Falam correctamente português, têm praticamente todos (os jovens) o 12º ano e, para mal dos meus pecados, 99,9% deve ser benfiquistas. Todos dançam funana e abanam as ancas como penso ser impossível para qualquer português – era de ficar de boca aberta – eu e a Sónia ainda tentámos, mas acho que sem grande sucesso…
Santa Maria é uma vila piscatória, que pouco mais tem que uma rua principal. “Invadida” por senegaleses (como quase toda a Ilha), tem lojinhas cabo verdianas de comércio tradicional que fizeram as nossas delícias, assim como o pontão da praia e as crianças… Espargos é a capital e Palmeira outra das aldeias visitada por nós, que como toda a Ilha, vive da pesca e do turismo.
Para além da Buracona e das Salinas, não há muito para visitar… as aldeias não são separadas por muitos quilómetros, no entanto, as estradas de terra batida prolongam essa distância. O solo é árido, daí a inexistência de variedade, por exemplo, de fruta; quanto à alimentação, muito parecida com a nossa.
A água é transparente como penso nunca ter visto e quente que só ela… A temperatura que se fez sentir foi perfeita, nada de um calor extremo, mas ao mesmo tempo, o meu casaquinho de malha, nunca precisou de sair da mala!
Aventuras foram muitas: desde as malas serem transportadas num atrelado preso à camioneta que mais parecia servir para transportar cavalos; o pneu do jipe ter rebentado e depararmo-nos com um cenário impossível em Portugal – o Rui nem precisou de mexer uma palha (que eu e a Sónia não fizéssemos absolutamente nada, era mais que normal e expectável – se existe coisa em que defendo a desigualdade entre sexos é nas mudanças de pneus, agora do Rui esperava-se pelo menos que desapertasse um parafuso, menino da mamã :P, é o que é), pois irromperam-nos vários cabo verdianos que desde irem buscar peças necessárias a casa, a pararem vários veículos com o intuito de que algum tivesse uma ferramenta em falta, a mudarem literalmente o pneu, fizeram tudo; desde jogos com bóias, com balões de água, a aprender a dançar I want... I want to go to Riu; a acrescentar os banhos nocturnos em que eu e a Sónia saltávamos directamente do bar para a piscina; desde às 12h já estarmos a beber daikiri strawberry; fizemos tudo… e ainda queríamos lá estar!